Para ler NO Deserto

“Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia; porque tu ouviste, naquele dia, que estavam ali os anaquins, bem como cidades grandes e fortificadas. Porventura o Senhor será comigo para os expulsar, como ele disse.”(Josué 14:12)

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sábado, 8 de janeiro de 2011

Deus não se esqueceu de voce

DEUS NÃO SE ESQUECEU DE VOCÊ

Dálton Curvello
“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.” (Isaías 41:10)
                Hoje quero deixar uma palavra para você que eventualmente está sofrendo. DEUS NÃO SE ESQUECEU DE VOCE. Mesmo que tudo pareça perdido, saiba que há um Deus cuidando de tudo neste exato momento.
Você já pensou em desistir? Já orou alguma vez como Elias? Ou como Jonas? Bem vindo ao clube. E da mesma forma como eles foram exortados, consolados e animados, Deus fará com sua vida.
Imagine uma pessoa com poucos dias de operado do cérebro, sob efeito de mais de uma dezena de remédios controlados, ainda zonzo e sem entender de onde vem tanta provação e problemas aparentemente insolúveis. Imagine esta pessoa recebendo a visita daquele que julgava ser o seu pastor, seu mentor espiritual, amigo íntimo, e esse “pastor”, ao invés de trazer conforto, palavras de ânimo e consolo espiritual, desfere ainda um último e certeiro golpe na sua já baixa auto-estima, questionando-o também sobre o porquê das tais provações e até acusando-o de algum “pecado oculto”? Creio que se há algum lugar abaixo do fundo do poço, foi aonde aquele senhor me lançou. Ao sair, deixando-me atônito com seu pedido para que me ausentasse de sua igreja enquanto não superasse essa situação, mergulhei em profunda depressão, passando a questionar a Deus, pedindo que me mostrasse porquê? Porquê? Qual seria esse pecado tão grave, que nem eu conhecia? E foi no meio desse tremendo deserto espiritual que Deus falou ao meu coração sobre a vida de CALEBE. Qual foi o terrível “pecado oculto” de Calebe, que o levou a sofrer por tantos anos? O que ele fez de errado para merecer tal castigo? A conclusão está no livro CALEBE-O demolidor de gigantes, que deu origem a este blog.
      Não aceite o Diabo te empurrar para baixo, como diz na letra da canção abaixo, decida se ver com os olhos que Deus olha pra você.
                Aceite o testemunho deste que já experimentou momentos muito, muito difíceis, e tenho experimentado um milagre novo a cada dia, podendo testemunhar do cuidado, do amor e da providência de Deus. Embora não consigamos entender, creio que como Paulo disse, hoje nós vemos como que por espelho, amanhã veremos claramente (1Coríntios 13:12).
O clipe musical abaixo, com o título “Sorria” pode complementar em seu coração aquilo que Deus quer te falar HOJE:
SORRIA
Comunidade das Naçoes
Composição: JB DE CARVALHO
Nunca desista da vida
Tudo é possivel ao que crê
Sempre existe uma saída
Deus não se esqueceu de você
De você, não se esqueceu de você
Sorria, não se esqueceu de você
Passou o tempo da lágrima, lágrima agora só de
alegria.
Existe alguém torcendo por você meu irmão, e é por
isso que você pode sorrir.
Então sorria, Deus não se esqueceu de você.
Sorria, já não há mais para que chorar
A tempestade já se acalmou
Olhe pro céu lá fora e veja o dia que surgiu
Assim é bem melhor, não há o que temer
A vida nos ensina ainda tem muito o que aprender
Esse é o sinal. Não se sinta só.
Existe alguém torcendo por você.
Acenda essa luz. Decida se ver.
Com os olhos que Deus olha pra você.
Nunca desista da vida
Tudo é possivel ao que crê
Sempre existe uma saída
Deus não se esqueceu de você

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Enganoso Coração

ENGANOSO CORAÇÃO
Dálton Curvello
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida”.(Provérbios 4:23)
                Tenho meditado muito estes primeiros dias do ano, especialmente sobre algo que tem sido cada dia mais frequente na mídia. Homens de Deus, pessoas que outrora realizaram obras grandiosas para o Reino, sem que se apercebam, se distanciam de tal maneira do caminho que se transformam numa caricatura tosca daquilo que um dia foram. Não se passa uma semana sem que algo novo, algum novo modismo de falso cristianismo, alguma nova feitiçaria gospel seja denunciada na internet, ou noticiada pela grande imprensa.
                Estamos realmente vivendo aqueles últimos dias, em que a Bíblia nos diz que muitos apostatarão da fé? (1Timóteo 4:1)
                Tem duas passagens no Velho Testamento, ambas envolvendo a pessoa do profeta Samuel, que penso que nos ajudam a compreender esse “fenômeno” que envolve pessoas que um dia foram sinceras em seus propósitos, mas que engodadas pelo maligno acabam sucumbindo num emaranhado de posturas incoerentes, jogos de interesse, manipulações e outras coisas do gênero:
“E sucedeu que, tendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos por juízes sobre Israel. E o nome do seu filho primogênito era Joel, e o nome do seu segundo, Abia; e foram juízes em Berseba. Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele, antes se inclinaram à avareza, e aceitaram suborno, e perverteram o direito.”(1Samuel 8:1 a 3)
“E nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o SENHOR se arrependeu de haver posto a Saul rei sobre Israel.”(1Samuel 15:35)
                Na primeira vemos que os filhos (naturais sucessores de Samuel) já estavam corrompidos. Apesar de o profeta Samuel ter se mantido íntegro durante todo o seu ministério, não foi capaz de controlar seus filhos, de mantê-los com a mesma integridade de seu coração. Quantas igrejas hoje em dia, principalmente as tais neo-pentecostais, comandadas por um “ungido” e sua família acabam vivendo o mesmo que os filhos de Israel? Eu ouvi certa vez um pastor falando que sempre orientava seus filhos no sentido de que filho de pastor também vai pro inferno, se não se converter. Aquele homem de Deus tinha o cuidado de disciplinar seu filho, ciente de que se ele viesse a crescer na expectativa de que por ser filho de pastor possuísse algum direito especial, estaria fatalmente perdido. Diferentemente do que se vê nas tais igrejas, por exemplo o fato comentado em outra mensagem, que você pode relembrar AQUI.
                Na segunda passagem acima, vemos o triste episódio em que a Bíblia relata que Deus se arrependeu de haver posto Saul rei sobre Israel. Pense comigo: Muitas vezes, somos levados a ver Saul como o completo vilão da história, mas se você ler a Bíblia com atenção, verá que ele foi escolhido para ser ungido Rei sobre Israel exatamente por ser considerado por Deus uma pessoa íntegra, sincera em seus propósitos e com o coração voltado para Deus. Em que momento da caminhada Saul se deixou levar? Qual foi o momento exato em que ele deliberadamente deixou de fazer a vontade de Deus para fazer a sua própria vontade?
                Preste atenção, caro leitor. A mensagem de hoje é para te alertar. Aqueles entre o povo de Israel que não perceberam como Saul estava fora dos caminhos de Deus, que não atentaram para suas atitudes que afrontavam aquilo que antes ele mesmo defendia, esses morreram com ele na guerra, sem a proteção do Senhor. Não é porque no passado ele foi um “Ungido do Senhor”que foi lhe conferido a capacidade de ser infalível, perfeito. E infelizmente muitos pastores hoje em dia acabam assim, se sentindo demasiadamente ungidos, perfeitos, infalíveis e sem pecado, e acabam confundido a vontade corrupta e carnal de seus corações corrompidos pelo diabo em vontade de Deus. Tenha Cuidado.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A PAZ NÃO É PARA SE SABER

A PAZ NÃO É PARA SE SABER
Caio Fábio
As Escrituras fazem diferença entre paz e paz. Sim! Para Deus uma é a paz do homem e outra é a paz do céu.
Foi por isto que Jesus disse “a minha paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo”.
Afinal, uma é a paz dos homens e outra a paz de Deus.
A paz dos homens tem a ver com conforto, equilíbrio de poderes, controle, domínio, bens, seguranças, sucessos, liberdade de expressão, determinações afetivas, reconhecimento, tranqüilidade, autodeterminação, boas sensações, etc.
Ora, tire-se qualquer dessas coisas de um homem e ele perderá toda paz que supostamente possua.
A paz de Deus, no entanto, não é assim. Pois se a paz dos homens decorre de muitas bênçãos e prosperidades, a paz de Deus, no entanto, decorre de Deus apenas, e não de circunstancias favoráveis.
A paz do homem é sempre emocional. A paz de Deus, entretanto, é ultra-circunstancial, visto ser um estado que transcende a tudo.
Jesus deixou claro que uma é a paz da terra e outra a do céu.
“A minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo”.
Assim, pergunto:
Qual é a paz que você busca?
A que depende do Paraíso se manifestar na terra, conforme os caprichos e ilusões do homem; ou aquela paz que excede ao entendimento, e que está presente em nós mesmo quando o mundo todo nos designa como azarões?
O conceito judaico de paz, o Shalom, é o de uma paz integral: corpo, alma e espírito.
A paz de Cristo, no entanto, é maior do que o conceito de Shalom.
Afinal, em Jesus, com sucessos ou não, a paz é real, e não se intimida e nem foge ante a angustia, a perda, a catástrofe, o cerco, a opressão, e qualquer outra coisa desta existência.
Sim! Jesus é a nossa paz; e nada mais além Dele!
Alguém lê isto e diz: Eu já sabia. Nada novo!
Ora, eu não estou aqui para pregar novidades, mas apenas para anunciar aquilo que, em sendo vivido pela fé, faz a pessoa viver em novidade de vida.
Portanto, pergunto:
Qual é a vantagem de dizer que sabe algo se você diz que sabe sem ter jamais provado?
A paz de Deus não é uma bandeira. Ela é apenas paz para ser vivida, e não pregada como discurso de sedução aos angustiados.
Paulo diz que tudo isto se transforma em fato e realidade em nós se aprendermos a pensar, a sentir, a imaginar e falar; pois, a paz de Deus enche o coração de quem pensa o que é bom e justo, e busca sentir e falar apenas aquilo que seja construtivo.
A esses se diz que a paz de Deus que excede a todo entendimento encherá suas mentes e coração.
Tudo isto que estou dizendo somente será verdade quando for verdade em você.
Pense nisto!
fonte: Caio Fábio via PAVABLOG

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

RESULTADO DA PROMOÇÃO

Promoção encerrada em 30/12
===RETIFICAÇÃO===
Saiu o resultado da promoção em parceria com PAVABLOG e

Mais uma vez agradecemos a todos os que participaram.

O ganhador foi SEMINARISTA CARLOS LEÃO.

Para confirmar seu prêmio, envie e-mail com endereço completo para dalton.curvello@consultores.com.br . O livro será encaminhado pela editora Thomas Nelson.

Esclarecemos que o vencedor foi eleito por um sistema de sorteio randômico, por numeração determinada pela ordem da data dos comentários, conforme abaixo:

Observação: Postagem retificada em 07.01.2011, a pedido do promotor do sorteio, em virtude de que vários blogs participaram da promoção, e ocorreu um ganhador em duplicidade. Como o intuito da promoção é distribuir leituras, alcançando maior número de premiados, tornou-se necessário refazer o sorteio. 
Parabéns mais uma vez ao Thiago, o sortudo que ganhou em dois blogs, e ao Seminarista Carlos Leão, o novo feliz ganhador do livro da promoção PAVABLOG/CALEBE.
Graça e PAZ!


Dálton

Não sabemos o que é Igreja

NÃO SABEMOS O QUE É IGREJA


Igreja não é templo, não é sinagoga, não é mesquita.

Não é o santuário onde os fiéis se reúnem para cultuar a Deus.

Igreja é gente, e não lugar.

É a assembléia de pecadores perdoados; de incrédulos que se tornam crentes; de pessoas espiritualmente mortas que são espiritualmente ressuscitadas; de apáticos que passam a ter sede do Deus vivo; de soberbos que se fazem humildes; de desgarrados que voltam ao aprisco.

Igreja é mistura de raças diferentes, distâncias diferentes, línguas diferentes, cores diferentes, nacionalidades diferentes, culturas diferentes, níveis diferentes, temperamentos diferentes. A única coisa não diferente na Igreja é a fé em Jesus Cristo.

A Igreja não é igreja ocidental nem igreja oriental.

Não é Igreja Católica Romana nem igreja protestante.

Não é igreja tradicional nem igreja pentecostal.

Não é igreja liberal nem igreja conservadora. 

Não é igreja fundamentalista nem igreja evangelical.

A Igreja não é Igreja Adventista, Igreja Anglicana, Igreja Assembléia de Deus, Igreja Batista, Igreja Congregacional, Igreja Deus é Amor, Igreja Episcopal, Igreja Holiness, Igreja Luterana, Igreja Maranata, Igreja Menonita, Igreja Metodista, Igreja Morávia, Igreja Nazarena, Igreja Presbiteriana, Igreja Quadrangular, Igreja Reformada, Igreja Renascer em Cristo nem igrejas sem nome.

A Igreja é católica (universal), mas não é romana. 

É universal (católica) mas não é a Universal do Reino de Deus.

É de Jesus Cristo, mas não dos Santos dos Últimos Dias.

Porque é universal, não é igreja armênia, igreja búlgara, igreja copta, igreja etíope, igreja grega, igreja russa nem igreja sérvia. Porque é de Jesus Cristo, não é de Simão Pedro, não é de Miguel Cerulário, não é de Martinho Lutero, não é de Simão Kimbangu, não é de Sun Myung Moon, não é de João Paulo II.

Em todo o mundo e em toda a história, a única pessoa que pode chamar de minha a Igreja é o Senhor Jesus Cristo.

Ele declarou a Cefas: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16.18).

Não há nada mais inescrutável e fantástico do que a Igreja de Jesus Cristo.

Ela é o mais antigo, o mais universal, o mais antidiscriminatório, o mais inexpugnável e o mais misterioso de todos os agrupamentos.

Dela fazem parte os que ainda vivem (igreja militante) e os que já se foram (igreja triunfante).

Seus membros estão entrelaçados, mesmo que, por enquanto, não se conheçam plenamente.

Todos igualmente são “concidadãos dos santos” (Ef 2.19), “co-herdeiros com Cristo” (Ef 3.6; Rm 8.17) e “co-participantes das promessas” (Ef 3.6). Eles são nada menos e nada mais do que a Família de Deus (Ef 2.19; 3.15). 

Ali, ninguém é corpo estranho, ninguém é estrangeiro, ninguém é de fora.

É por isso que, na consumação do século, “eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles” (Ap 21.3).

A Igreja de Jesus, também chamada Igreja de Deus (1 Co 1.2; 10.22; 11.22; 15.9; 1 Tm 3.5 e 15), Rebanho de Deus (1 Pe 5.2), Corpo de Cristo (1 Co 12.27) e Noiva de Cristo (Ap 21.2), tem como Esposo (Ap 21.9), Cabeça (Cl 1.18) e Pastor (Hb 13.20) o próprio Jesus.

A tradicional diferença entre igreja visível e igreja invisível não significa a existência de duas igrejas.

A Igreja é uma só (Ef 4.4). 

A igreja invisível é aquela que reúne o número total de redimidos, incluindo os mortos, os vivos e os que ainda hão de nascer e se converter.

Eventualmente pode incluir pecadores arrependidos que nunca freqüentaram um templo cristão nem foram batizados. 

Somente Deus sabe quantos e quais são: “O Senhor conhece os que lhe pertencem” (2 Tm 2.19).

A igreja visível é aquela que reúne não só os redimidos, mas também os não redimidos, muito embora passem pelo batismo cristão, se declarem cristãos e possam galgar posições de liderança. 

É a igreja composta de trigo e joio, de verdadeiros crentes e de pseudocrentes. 

Dentro da igreja visível está a igreja invisível, mas dentro da igreja invisível nunca está toda a igreja visível.

A Igreja de Jesus é uma só, porém é conhecida imperfeitamente na terra e perfeitamente no céu.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

JOÃO 15 E A ARTE DOLOROSA DE PODAR

JOÃO 15 E A ARTE DOLOROSA DE PODAR


Alan Brizotti
A linguagem de Jesus nos evangelhos é repleta de metáforas, construídas sob uma riqueza de imagens. Suas parábolas são verdadeiros convites à imaginação. Banquetes verbais que alimentam espiritualidades famintas. São mais do que simples histórias com fundo moral ou doutrinário: convidam-nos a adentrar um mundo cheio de símbolos, imagens, possibilidades, verdades, ideias e certezas do reino.

Uma particularidade bela é que Jesus nem sempre conclui suas histórias. Com isso, ele nos convida a sermos co-autores dessas histórias. Somos convidados a encontrar ressonâncias delas em nossa cotidianidade. Somos convidados a encontrar final diferente. Histórias não são como exercícios de matemática: não são exatas! Não são imutáveis, encarceradas à tirania de uma lógica (desde que aprendemos que um mais um soma dois, isso jamais mudou). As histórias são libertas dessas algemas: elas crescem conosco, amadurecem quase no mesmo ritmo que nós.

A imagem da videira constitui uma das mais profundas e inspiradoras metáforas utilizadas por Jesus no trato com seus discípulos. Nessa construção espiritual, nossa vida é apresentada como sendo os galhos ligados à videira. Ele é a videira, nós, os galhos. Uma metáfora de implicações profundas. Um convite à intimidade que produz frutos. Muita gente, na atualidade, gosta do título de “íntimo”, porém, sem produzir nenhum fruto.

Um processo longo e doloroso

Poucos conseguem compreender a grande e desafiadora verdade de que para crescer e produzir frutos o galho carece do trabalho de um agricultor experiente que, com muita precisão, amor e ternura, trabalha na realização da poda. Talvez, uma das mais belas lições desse texto seja:
 Deus enxerga possibilidades no galho! Jesus afirma que Deus, o Pai (questão central da espiritualidade, Deus como Pai), no início das primaveras, toma os ramos em suas mãos e começa a realizar essa delicada e incrível tarefa. O jardineiro celeste abençoa cada galho com suas mãos bondosas. Lutero dizia: “Nosso Senhor escreveu a promessa da ressurreição não somente nos livros, mas em cada folha da primavera”.

Seu trabalho é meticuloso: limpa, corta, tira o excesso propiciando às folhas e frutos a bênção de nascer saudáveis. Essa metáfora nos leva às mais profundas dimensões da espiritualidade, no lugar secreto onde habita a necessidade de manutenção da vida espiritual. Esse lugar íntimo é perigoso, é o lugar onde ilusões podem matar, onde parasitas da espiritualidade habitam, daí a necessidade de uma poda.

Crescimento espiritual não é fruto de uma somatória de eventos, experiências, informações e realizações que vamos acumulando ao longo da vida. É o resultado de um longo processo de jardinagem, onde o jardineiro experiente trabalha com o único anseio de ver o fruto brotar belo e saudável. Nosso grande problema é acreditar que a espiritualidade é determinada por aquilo que fazemos para Deus, contudo, essa metáfora deixa bem claro que,
 antes de fazermos alguma coisa, de darmos algum fruto, somos submetidos à poda de Deus. Portanto, o que Deus faz em nós precede o que fazemos por Ele.

Do ponto de vista de um leigo em jardinagem, a poda parece uma mutilação, uma violência, uma agressão. O processo é doloroso. A planta fica feia, sangra. Porém, esse é o caminho. Para que a planta possa produzir, eliminar os parasitas, ela precisa atravessar esse processo.

O que precisamos podar?

Muitas coisas precisam ser podadas em nós. Carecemos muito da intervenção do jardineiro celeste. Os parasitas da atualidade são muito mais letais, muito mais nocivos. Vivemos num século da desumanidade, da deterioração da beleza. Nossos galhos agonizam numa poeira pós-moderna asfixiante.

Uma das coisas que precisamos podar é a
 ambição desmedida. A busca alucinada por sucesso, fama, garantias profissionais e financeiras, segurança, estabilidade. Estamos como prisioneiros de um velho pecado que surge hoje com cara nova: a ambição. Antigamente era considerada um grande mal, hoje, é aclamada, valorizada, buscada e desejada. Foi “santificada”, transformou-se virtude. O grande problema desse parasita, é que ele, sutilmente, inverte os pólos, levando-nos a deixar de ser criaturas para ser criadores.

Para que possamos viver plenamente, precisamos estar inseridos nos termos da criação. Isso implica viver debaixo de uma ordem definida na criação, ou seja: Deus ama e nós somos amados; Deus cria e nós somos criados; Deus revela-se e nós recebemos a revelação; Deus ordena e nós obedecemos. Isso nos leva a crescer como criaturas, aceitando o Criador, entendendo que não somos nós que damos sentido ao mundo, é Deus.
 Ser cristão é aceitar os termos da criação. Isso nos livra da tentação de viver num mundo sem criador. Isso nos livra de carregar um peso que não é nosso. Se o jardineiro divino podar nossas ambições, seremos livres para amar, para ser conduzidos e para ser abençoados.

Outra coisa que necessitamos ser podados é a
 ingratidão. Elas nos torna pessoas insatisfeitas. Nunca temos o suficiente, sempre há alguma coisa em falta (ou alguém). Perdemos a capacidade de ver Deus agindo nas pequenas coisas, a alegria de perceber sua graça nos detalhes. Como efeito colateral disso, perdemos a capacidade de confiar. Somos aprisionados na dependência de nós mesmos, numa masmorra da autossuficiência.

Nessa busca por autoconfiança, encontramos apenas ansiedade e desespero. Fechamos as portas da alma para a presença alegre e libertadora do Espírito Santo. Somos engendrados numa teia agonizante de reclamações, onde perdemos a capacidade de perceber o cheiro das flores e o sabor dos frutos. Galhos marcados pela esterilidade.

Quando Deus poda a ingratidão, abrimos a alma para a
 generosidade. Valorizamos o dar ao invés do receber. Aprendemos a ir ao encontro do outro, redescobrir o bendito movimento para-o-outro, ao invés de esperarmos que o outro nos encontre. Aprendemos a oferecer a mão, o ombro, o carinho, a compaixão, ao invés de lamentar o abandono e a solidão. Ao invés de buscar bênçãos, tornamo-nos bênção para os outros. Exalamos o perfume das flores que a poda divina fez nascer em nós novamente.

Também precisamos podar a
 apatia ou acomodação. A apatia (do grego: a + patós: sem sentimento) é a fonte da anemia espiritual. Ela nos torna descuidados, displicentes, acomodados. Aliás, não há nada mais feio do que um jardim abandonado. As roseiras que não foram podadas no tempo certo, que cresceram desordenadas, não têm mais forças para fazer as rosas brotarem, misturam-se com o mato, tornam-se semelhantes a ele. O que o jardineiro celeste faz é limpar o mato, tirar o excesso, abrir os caminhos para a circulação da vida. Podar é possibilitar novamente o fluxo da vida, o viço da beleza, o crescimento saudável.

Quando descuidamos da vida devocional, da oração, quando o descaso para com a igreja cresce, o abandono da comunhão acontece, o mato vai crescendo e sufocando a vida. Outros hábitos vão sendo formados, passamos a gostar de outros lugares, a ter prazer noutras coisas. O mato começa a fazer parte da paisagem, toma conta do jardim. O que é mais triste é que só daremos conta do mal quando o fruto vier apodrecido, isto se vier algum fruto.

Podar a apatia ou acomodação é
 renovar alianças e votos. É permitir que a seiva da graça de Deus volte a correr por todos os canais, trazendo de volta a vida e a paixão por Deus, pela família, pela igreja. É voltar os olhos para o futuro e, como o jardineiro – que logo após a poda, deixa a videira mutilada e feia – saber que, após alguns dias de chuva e sol, ela renascerá cheia de vida, bela, radiante e admirada pelas cores e pelo perfume.

Uma certeza temos:
 precisamos da poda! É doloroso, mas necessário. Existem muitos ramos que já não frutificam. O mato tem sufocado a espiritualidade, eliminado o perfume, apagado as cores. Jesus deixou claro que o destino de tais galhos é o fogo da destruição, uma vez que já não servem. A lição que fica aqui é muito importante: Deus anseia por nos libertar de nossa própria debilidade, ele anseia mostrar ao mundo sua beleza em nós, seu perfume em nós, sua glória. É a arte do jardineiro na pobreza do galho.

Temos uma verdadeira alegria, pois ainda que as crises façam o mato crescer, temos um jardineiro atento e pronto a nos podar para que nossos frutos sejam dignos e belos.

“Você já notou a diferença existente na vida cristã entre obra e fruto? Uma máquina pode realizar sua obra; só a vida produz fruto”. Andrew Murray


Até mais...


Alan Brizotti


Feliz 2011

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