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“Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia; porque tu ouviste, naquele dia, que estavam ali os anaquins, bem como cidades grandes e fortificadas. Porventura o Senhor será comigo para os expulsar, como ele disse.”(Josué 14:12)

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sábado, 18 de setembro de 2010

Pare e pense

Video "Cá entre nós, nr. 24" , do pastor Hermes C. Fernandes:


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Pare e pense


No "Pare e pense" de hoje, mais uma matéria da Revista Ultimato, esse instrumento genuinamente cristão e independente, alías, dependente sim, mas unicamente da vontade e direção de Deus, falo como leitor assíduo de mais de vinte anos.

fonte:

Verdade “versus” alucinação

Ricardo Gondim 

O culto pegava fogo. O frenesi do povo crescia, estimulado por um pastor quase grisalho, engravatado e bastante brilhantina nos cabelos. Mesmo acostumado a ambientes pentecostais, estranhei o exagero dos gestos e das palavras. Concentrei-me para entender o que o pastor dizia em meio a tantos gritos. Percebi que ele literalmente dava ordens a Deus. Exigia que honrasse a sua Palavra e que não deixasse “nenhuma pessoa ali sem a bênção”. Enquanto os decibéis subiam, estranhei o tamanho da sua arrogância. A ousadia do líder contagiou os participantes. Todos pareciam valentes, cheios de coragem. Assombrei-me quando ouvi uma ordem vinda do púlpito: “Chegou a hora de colocarmos Deus no canto da parede. Vamos receber o nosso milagre e exigir os nossos direitos”. Foi a gota d’água. Levantei-me e fui embora. 

Os ambientes religiosos neopentecostais se tornaram alucinatórios porque geram fascínio por poder e pela capacidade de criar um mundo protegido e previsível. Por se sentirem onipotentes, buscam produzir uma realidade fictícia. Para terem esse mundo hipotético, os sujeitos religiosos chegam ao cúmulo de se acharem gabaritados para comandar Deus. É próprio da religião oferecer segurança, mas os neopentecostais querem produzir garantia existencial com avidez. 

Em seus cultos, procuram eliminar as contingências, com a imprevisibilidade dos acidentes e os contratempos do mal. Acreditam-se capazes de domesticar a vida para acabar com a possibilidade de seus filhos adoecerem, de as empresas que dirigem falirem e de se safarem caso estejam em ônibus que despenca no barranco. Almejam uma religião preventiva, que se antecipa aos solavancos da vida. Imaginam-se aptos para transformar a aventura de viver em mar de almirante ou em céu de brigadeiro. 
Acontece que essa idéia de um mundo sem percalços não passa de alucinação. Por mais que se ore, por mais que se bata o pé dando ordens a Deus, o Eclesiastes adverte: “O que acontece com o homem bom, acontece com o pecador; o que acontece com quem faz juramentos acontece com quem teme fazê-lo” (9.2). 

Mas a pergunta insiste: por que os cultos neopentecostais lotam auditórios e ganham força na mídia? Repito, pelo simples fato de prometerem aos fiéis o poder de controlar o amanhã, eliminar os infortúnios e canalizar as bênçãos de Deus para o presente. Quando oram, pretendem gerar ambientes pretensiosamente capazes de antever quaisquer problemas para convertê-los em fortuna e felicidade. 

Esta premissa deve ser contestada. Pedir a Deus para nunca se contrariar, ou para ser poupado de acidentes, significa exigir que ele coloque os seus filhos em uma bolha de aço. A vida é contingente. Tudo pode ocorrer de bom e de ruim. Uma existência sem imprevisibilidade seria maçante. O perigo da tempestade, a ameaça da doença, a iminência da morte fazem o dia-a-dia interessante. 

A verdade não produz necessariamente felicidade. Verdade conduz à lucidez. O delírio, porém, tranqüiliza e gera um contentamento falso. Muitos recorrem à religião porque desejam fugir da verdade e se arrasam porque a paz que a alucinação produz não se sustenta diante dos fatos. 

Cedo ou tarde, a tempestade chega, o “dia mau” se impõe e o arrazoamento do religioso cai por terra. Interessante observar que Jesus nunca fez promessas mirabolantes. Como não se alinhou aos processos alienantes da religião, ele não garantiu um mundo seguro para os seus seguidores. Pelo contrário, avisou que os enviaria como ovelhas para o meio dos lobos e advertiu que muitos seriam entregues à morte por seus familiares. Sem rodeio, afirmou: “No mundo vocês terão aflições”. 
Quando o Espírito conduziu Jesus para o deserto, o Diabo lhe ofereceu uma vida segura, sem imprevistos. As três tentações foram ofertas de provisão, prevenção e poder, mas ele as rechaçou porque as considerou mentirosas. O mundo que o Diabo prometia não existe. 

Porém as pessoas preferem acreditar em suas ilusões. Fugir da crueza da vida é uma grande tentação. Em um primeiro momento, parece cômodo refugiar-se da realidade, negando-a. É bom acreditar que a riqueza, a saúde, a felicidade estão pertinho dos que souberem manipular Deus. 

O mundo neopentecostal se desconectou da realidade. Seus seguidores vivem em negação. Não aceitam partilhar a sorte de todos os mortais. Confundem esperança com deslumbre, virtude com onipotência mágica, culto com manipulação de forças esotéricas e espiritualidade com narcisismo religioso. 

Os sociólogos têm razão: o crescimento numérico dos evangélicos não arrefecerá nos próximos anos. Entretanto, o problema é qualitativo. O rastro de feridos e decepcionados que embarcaram nessas promessas irreais já é maior do que se imagina. 

A demanda por cuidado pastoral vai aumentar. Os egressos do “avivamento evangélico” baterão à porta dos pastores, perguntando: “Por que Deus não me ouviu?” ou “O que fiz de errado?”. Será preciso responder carinhosamente: “Não houve nada de errado com você. Deus não lhe tratou com indiferença. Você apenas alucinou sobre o mundo e misturou fé com fantasia”. 

“Soli Deo Gloria”. 


• Ricardo Gondim é pastor da Assembléia de Deus Betesda no Brasil e mora em São Paulo. É autor de, entre outros, Eu Creio, mas Tenho Dúvidaswww.ricardogondim.com.br

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pare e pense

Hoje, uma excelente matéria da Revista Ultimato, nr.325:

Atendimento, entendimento e presença

Rubem Amorese

Tenho ouvido no rádio a nova campanha publicitária de um banco, apoiada em duas expressões-chave. A primeira é mais ou menos assim: “Para atender é preciso entender”, referindo-se à sua capacidade de compreender as necessidades dos clientes. A segunda diz: “Atendimento requer presença”. Aqui, o banco valoriza sua imensa rede. Anteriormente, ele se dizia “completo”; agora, tendo chegado a todos os municípios brasileiros, ele se diz presente.


Apesar de minha insensibilidade às ofertas dessa peça publicitária, considerei interessante a forma como o banco afirma “atender”, oferecendo “entendimento” e “presença”. Certamente há estudos por trás da definição dos conceitos e valores que suportariam o reclame. Imagino que se tenha ido buscar no imaginário coletivo, no patrimônio simbólico de todos nós, aqueles anseios mais profundos da alma. A tarefa, então, é provocar um processo inconsciente de associação entre esses anseios e a imagem do banco. O efeito comportamental esperado é que, ao buscar “atendimento” nesse banco, em resposta à propaganda, o cliente estará “consumindo” “entendimento” e “presença”.

Vou mais longe em minha mercadologia: acho que o banco oferece, em forma visível de serviços, o invisível “colo da mamãe”. Sim, se há algo que pode ser definido idealmente como “entendimento”, “atendimento” e “presença” é o longínquo seio materno. Se você quiser ir além, pense, antropologicamente, no “jardim do Éden”. Estará pensando no mesmo sentimento de perda e no mesmo anelo que lateja, silencioso e indefinível, em nossas veias. Anelo este que agora encontra satisfação simbólica em uma agência bancária.

Surpreso, compreendo a feliz estratégia de “marketing”. Acho que vai dar certo. Mas noto também que originalidade não é o seu forte. Na verdade, eles cavaram tão fundo que encontraram as fundações do cristianismo. Ou não sabemos que nossos mais secretos anelos estão ligados a alguma forma de volta ao “colo de Deus” (Sl 131.2)? Ou não será useiro e vezeiro entre nós que todas as tentativas de lançar pontes de comunhão, todos os mecanismos comunitários de alcançar segurança e significado têm por base a busca de “entendimento” e “atendimento”? E que encontramos plena saciedade dessa fome e sede no onipresente “seio de Abraão”? 

Sim, há muito encontramos aquele que é “completo”; que nos “entende” e “atende” misericordiosamente. Por dois mil anos temos celebrado sua promessa de estar conosco todos os dias, até que, finalmente, voltemos para o Pai; de nos enviar seu Espírito consolador e revelador para estar “presente” onde estivermos e nas condições em que nos encontrarmos; o Espírito que nos “compreende” melhor que nós mesmos e que pode nos revelar os segredos do coração, como nenhuma agência bancária jamais fará.

As comparações precisam parar por aí, pois, no primeiro caso, por mais feliz que seja a oferta, trata-se de um artifício psicológico. Nunca um banco pretendeu ou pretenderá satisfazer os anseios da nossa alma. Já no segundo caso, a oferta é real, literal e intencional quando diz: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração” (Sl 37.4).


• Rubem Amorese é consultor legislativo no Senado Federal e presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. É autor de, entre outros, Louvor, Adoração e Liturgia e Fábrica de Missionários -- nem leigos, nem santos.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Pare e pense

“Pois o SENHOR, o Deus de Israel, diz isto: Não acabará a farinha da sua tigela, nem faltará azeite no seu jarro até o dia em que eu, o SENHOR, fizer cair chuva. Então a viúva foi e fez como Elias tinha dito. E todos eles tiveram comida para muitos dias. Como o SENHOR havia prometido por meio de Elias, não faltou farinha na tigela nem azeite no jarro.” (1Reis 17:14 a 16)
                Elias havia profetizado que haveria seca em Israel por três anos. Em meio à fome que se seguiu como consequência da seca, Deus ordena que ele se dirija a Sarepta, onde uma viúva cuidaria dele. Note o cuidado de Deus, sua onipresença que, mesmo no meio da catástrofe providencia o sustento de seu profeta e ainda utiliza esse episódio para demonstrar o Seu cuidado com uma anônima viúva em Sarepta.
                Essa promessa de cuidado de Deus, não deixando faltar o azeite da botija, nem a farinha na panela (farinha = alimento, azeite representa a unção do Espírito Santo) está sobre a sua vida ainda hoje. Declare isto e receba a promessa de Deus para a sua vida.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pare e pense

PERDOE-ME POR ME TRAÍRES


Hermes C. Fernandes
Uma das cenas  que mais me marcaram entre todos os filmes que já assisti é a que retrata o momento em que William Wallace, protagonista de Coração Valente, descobre que aquele contra quem ele está lutando no campo de batalha é o mesmo pelo qual estava arriscando a própria vida.

Esta cena merecia um Oscar para Mel Gibson! O olhar, a maneira como ele engole a seco, a fisionomia expressando completa decepção e desolação. Simplesmente, impagável!

Só quem já foi traído por alguém por quem lutava sabe o quanto dói. É como uma espada traspassando nossa alma. Quando assisti a este filme, confesso que ainda não conhecia de perto este sentimento.

De todas as dores que Jesus experimentou, nenhuma o machucou mais do que a traição. Não apenas a traição de Judas, mas sobretudo a traição do povo para o qual Ele havia vindo ao Mundo. O mesmo povo que na véspera o aclamava na entrada de Jerusalém, agora gritava no pátio de Pilatos: Crucifica-o!

Doeu mais do que os cravos e a coroa de espinhos.

Trair quem luta por nós é trair a nós mesmos. É trair nossas convicções mais profundas, nossa consciência. Nada dói tanto quanto a traição.

E toda a traição é como um bumerangue. Um dia volta contra nós.

O traidor do filme pelo menos cai em si, e se arrepende. Há outros que sequer têm crise de consciência, porque as pessoas que o apóiam parecem indicar que ele está no caminho certo. Suas vozes de aclamação o impedem de enxergar o buraco que cavou, no qual sua própria alma se submergirá.

Não há moedas de prata, não há vantagem financeira ou qualquer tipo de prazer que compensem a dor provocada pela traição. Só quem não tem alma não percebe isso.

Há até quem consiga comemorar a traição como um grande acontecimento.

Lembro de um filme brasileiro estrelado por Darlene Glória, chamado "Perdoe-me por me traíres". Depois de sair traída por diversas vezes, a mulher vai ao encontro do seu marido pedir-lhe perdão. Geralmente, quem pede perdão é quem trai. Mas quando o traidor está com a consciência cauterizada, a melhor coisa a fazer é tomar a iniciativa e pedir-lhe perdão. Quem sabe ele caia em si e perceba o mal que fez e se arrependa.

Não se venda, não negocie com sua alma. Não faça ninguém sofrer. Não decepcione quem depositou tanta confiança em você. A menos que você se sinta preparado para encarar o olhar decepcionado de quem tanto te ama.

Pergunte a Pedro o que ele sentiu quando teve que encarar o olhar de Jesus. Você estaria preparado para reencontrar aquele a quem você traiu?

Olhe-se no espelho e pergunte a si mesmo se a imagem que você vê refletida é de alguém digno de confiança ou de alguém infiel à sua própria consciência.

Melhor que trair é ser sincero, jogar limpo, falar francamente, olho no olho, sem rodeios, sem meias palavras. Machuca muito menos que atraiçoar.

Foi isso que meu pai fez quando quis deixar sua antiga denominação. Ele convidou o líder da igreja para uma conversa franca. Eu estava lá e testemunhei a hombridade com que meu pai tratou aquele homem com quem havia caminhado por quase vinte anos. O nome disso é honradez. É assim que age quem é honrado. Tive muito orgulho do meu pai naquele dia.

Nem todo mundo tem a mesma hombridade e honradez. Há pessoas que são como serpentes, escorregadias e astutas, e em cuja língua há veneno. Deus as tratará!

E o pior de quem trai é ter que carregar um estigma pelo resto da vida.

Você colocaria o nome "Judas" em um filho? Mesmo que tenha havido outro Judas, que manteve-se fiel a Jesus até o fim, o nome tornou-se sinônimo de " traidor".

Não deve ser nada fácil carregar este tipo de estigma por toda a vida.

Jacó, mesmo depois de passar a ser chamar Israel, continuou sendo chamado de Jacó pelo resto da vida. O próprio Deus que mudou seu nome, continuou a chamá-lo de Jacó. Este foi o estigma que o patriarca teve que carregar por haver traído seu próprio irmão várias vezes.

Nunca vale a pena trair. Quem trai se torna seu próprio algoz.

Uns traem com um beijo, outros traem com um abraço, e outros com palavras e ações.

Seja fiel a Deus! Seja fiel à sua igreja! Seja fiel à sua família! Seja fiel aos seus filhos! Seja fiel à sua esposa! Seja fiel aos seus amigos! Seja fiel às suas convicções!

Se não dá pra caminhar juntos, pelo menos não traia tudo em que você disse acreditar por tanto tempo. Seja, no mínimo, fiel à visão celestial, como foi Paulo perante o rei Agripa.

N'Ele que jamais nos decepcionará, apesar dos homens...

Hermes Fernandes 
leia também textos do pastor Hermes em : http://www.hermesfernandes.com/

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pare e pense

PEQUEI!
Em II Samuel 11 e 12 encontramos a narrativa detalhada sobre o pecado de Davi com Bate-Seba e a repreensão feita pelo profeta Natã. Um texto provocativo, arrepiante, doloroso e profundamente humano, feito para mim, pecador. Dois nomes estão intimamente ligados a Davi: Golias e Bate-Seba. Mesmo quem não tem um conhecimento mais amplo dos textos sagrados facilmente associa um ao outro nesse círculo perigoso entre a glória e o sexo.

Ambos levaram Davi ao campo de batalha. Ambos tiveram acesso ao coração de Davi. O gigante e a mulher entraram na história de Davi em extremos opostos: Golias aparece quando Davi é jovem e inexperiente; Bate-Seba, quando ele é um rei e experiente. Quando Davi encontra Golias, ainda não está atrelado aos mecanismos do poder, ainda respira o ar do pastorado singelo. Quando encontra Bate-Seba, sua vida está integrada às engrenagens do trono, aos desmandos imperiais. Aliás, percebemos grandes mudanças nesse tempo entre o gigante e a cama oculta.

Em Deuteronômio 17. 14-17, Deus dá uma série de diretrizes para quando Israel tivesse um rei, dentre essas diretrizes há alguns lembretes sobre não acumular "mulheres, cavalos e dinheiro", a receita infeliz do fracasso de um sucesso: dinheiro, poder e sexo. As tramas que engoliram Davi. Ele vencia inimigos, subjugava nações, mas sucumbiu à tríade implacável: dinheiro, poder e sexo. Ele evitou o primeiro, foi tocado pelo segundo, mas o terceiro roubou seu coração.

Um olhar fez o que Golias não conseguiu: derrubou Davi. Dietrich Bonhoeffer, em seu livro "Tentação", diz: "Em nossos membros há uma inclinação adormecedora na direção do desejo que é tanto repentina quanto feroz. Com poder irresistível, o desejo detém domínio sobre a carne. De repente, um fogo secreto, efusivo, é aceso. A carne queima, e ei-la em chamas! Neste momento Deus é muito irreal para nós... e o único desejo para a criatura é real... Satanás aqui não nos enche com ódio de Deus, mas com esquecimento de Deus... A luxúria assim envolve a mente e a vontade do homem em escuridão profunda. Os poderes do claro discernimento e da decisão nos são tirados. É aqui que tudo dentro de mim ergue-se contra a Palavra de Deus".

Davi passa a utilizar os mecanismos do poder. Usa fraudes. Abusa do verbo "mandar": manda Urias dormir com Bate-Seba, a fim de que todos sejam envolvidos nas teias do engano. Essa insistência em "mandar" retrata o uso impessoal do poder. Walter E. Brown, estudioso do A. T. observou bem o uso desse verbo: "mandar". Duas outras ocorrências do verbo na história, sutilmente nos preparam para a verdade de que Davi, em todo o exercício de seu poder impessoal, não estava no controle, como supunha: Bate-Seba "mandou" um recado: "estou grávida" (II Sm. 11. 5), e Joabe "mandou" um relatório da batalha (v. 18 ss), dando a entender, pela mensagem, que sabia perfeitamente o que Davi estava fazendo. No último e decisivo "mandar" dessa história, é Deus que entra em cena: "mandou/enviou a Davi o profeta Natã" (II Sm. 12. 1).

A raiz de todos os pecados está relacionada à nossa vontade de ser deus, assumir o controle da nossa vida e da vida dos outros: mandar! Quando Natã repreende a Davi, a frase bíblica é decisiva: "Este homem é você!" (II Sm. 12. 7). O pecado nunca é sobre outra pessoa; é sempre sobre mim! Nunca é uma verdade genérica, mas sempre específica. O pecado nunca é um comentário sobre ideias, culturas ou condições; mas sempre sobre pessoas de verdade, de carne e osso, dor de verdade, problemas reais, pecado mesmo: é sempre sobre mim!

É perfeitamente confortável transformar o pecado num pronunciamento religioso genérico. Isto é o que Davi estava fazendo: ouvindo Natã pregar um sermão sobre o pecado de alguém e se indignando com a conduta alheia, a condição de uma outra pessoa. É para isto que servem os profetas: eles nos jogam para o centro da história: é sobre mim! Quando"a ficha cai" Davi dá um brado: "Pequei!" (II Sm. 12. 13). Quebram-se as abrangências gerais da religiosidade que julga. O rei está no banco dos réus! Culpado!
Nossa tarefa prioritária na vida cristã não é evitar o pecado, pois isso é impossível, mas reconhecê-lo, pois isso nos leva até à graça! O Salmo 51 é escrito depois da visita de Natã. Ainda hoje repito essa oração: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo" (Sl. 51, 10 e 11).


Até mais...


Alan Brizotti
Fonte: http://alanbrizotti.blogspot.com/

domingo, 12 de setembro de 2010

Pare e pense

PERMANECER EM CRISTO
Antonio de Jesus Batalha
FICAR NO LUGAR CERTO.
João 15:4-5."Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim."Verso 5."Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." Era a última noite que Jesus passava com os Seus mais íntimos amigos aqueles sobre quem devia cair a tarefa de espalhar as Boas-Novas até aos confins da terra.
Estavam todos reunidos. Jesus sabia que dentro de poucas horas eles estariam desprovidos da Sua companhia na carne para sempre.
Falava das coisas de suprema importância. Qual seria o seu grande desejo nos últimos momentos de vida terrena? Permanecei em Mim eram as palavras que enfatizava, uma e mais vezes, como uma grande necessidade primordial.
E qual seria o seu cuidado, na última oração feita com eles e por eles? João 17:23. "Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim."
Infelizmente o crente muitas vezes não entende isto, ou simplesmente ignora este facto, não é pregar bem, cantar ou tocar bem, ou ter um cargo na igreja, sim isto é importante, mas a raiz não está aí, mas sim no permanecer,também não está no resolver os problemas, dar o dízimo, ou curar os enfermos, isto são apenas sinais das pessoas que permanecem.


Estive a ver esta palavra (permanecer) na gramatica portuguesa, e ela significa: 
1ºConservar-se ou persistir no mesmo estado ou qualidade sem mudança.
2. Demorar-se em alguma parte; ficar.
E permanecer em Cristo também traz conhecimento, é lógico que quem fica ao pé de alguém bastante tempo acaba por conversar com essa pessoa,e vai trazer conhecimento dessa mesma pessoa, e quanto mais se conhece uma pessoa abre duas portas, ou ficamos mais amigos dessa pessoa ou acabamos por nos desviar dela.
E aqui também reside um problema que se tem levatado nos nossos dias, falta de permanecer, falta deconhecimento, falta de amor, é igual a carnalidade, e pregações sem a unção de Deus, buscando apenas interesses humanos. Mas quando se permanece, quando a pessoa fica sem mudanças na companhia do Grande Mestre, dá-se um milagre dos milagres! Sua vida, nossa vida; Seu desejo, nosso desejo; Seu propósito, nosso propósito; Sua obra, nossa obra; Seus ideais, nossos ideais! Assim como o galho nada produziria sem a raiz, e a lua nenhuma luz daria sem o sol, assim o cristão não pode viver sem Cristo. João 15:5."... porque sem mim nada podeis fazer."
Tão verdadeiramente como Cristo revelou ao Pai neste mundo, cumprindo o Seu mandato, fazendo a Sua vontade e o Seu trabalho, assim o crente deve reflectir a perfeição do Mestre, na palavra no pensamento, nos actos, vivendo como Ele viveu.
Permanecei em Mim! Os frutos dependem desta íntema relação, sem a qual nenhum cristão será útil para o reino de Deus. Há tanto que fazer na nossa nação, e os trabalhadores são poucos. Não sejas negligente ou indeferente, porque nenhum galardão vais ganhar, e o que será de ti no futuro só Deus o sabe.
Que a bondade de Deus cerque os incautos, e o Santo Espírito os convença do pecado da justiça e do juízo. 

ESPOSA.
Como a esposa ao esposo,
Como o governo ao seu país,
Como a alegria no seu gozo,
Como o tronco à raiz,
És Tu Senhor para mim.
Como a luz na noite escura,
Como a fonte no jardim,
Como a água na secura,
Como o coro no festim,
És Tu Senhor para mim.
Como o remédio ao doente,
Como na calma a variação,
Como a fé ao que é crente,
Como a chuva no verão,És Tu Senhor para mim.
Como o rio que sempre corre,
Como as floresta tropicais,
Como o tempo que não morre,Como no campo os olivais,
És Tu Senhor para mim.
Como a mãe ao seu filhinho,
Como o bater do coração,
Como ave no seu ninho,
Como o chegado irmão,És Tu Senhor para mim.
Por: António Jesus Batalha.


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