Para ler NO Deserto

“Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia; porque tu ouviste, naquele dia, que estavam ali os anaquins, bem como cidades grandes e fortificadas. Porventura o Senhor será comigo para os expulsar, como ele disse.”(Josué 14:12)

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sábado, 23 de outubro de 2010

Pare e pense

DIA DOS MORTOS? ESTOU FORA!

Por Renato Vargens

Infelizmente em nosso país, milhões de brasileiros, das classes sociais mais distintas, de todos os estados da federação, cultivam o danoso hábito de visitarem os cemitérios na expectativa de rezar ou interceder pelos seus entes falecidos.

A prática
 de orar pelos defuntos iniciou-se por volta do 5º século (d.c), quando a igreja passou a dedicar um dia especifico do ano para rezar pelos seus mortos. No entanto, o culto de finados somente seria instituído na França, no século X, através de um abade beneditino de nome Cluny. Um século depois, os papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigaram aos fiéis a dedicarem um dia inteiro aos mortos. Já no século XIII o dia de rezar pelos finados finalmente começou a ser celebrado em 2 de novembro. Essa data foi definida por ser um dia depois da comemoração da Festa de Todos os Santos, onde se celebrava a morte de todos que faleceram em estado de graça e que por algum motivo não foram canonizados.

Caro leitor,
 a Bíblia é absolutamente clara ao afirmar que após a morte só nos resta o juízo. Ensina também, que o fato de toda e qualquer decisão por Cristo só pode ser tomada em vida, o que, por conseguinte, nos leva a entender de que não existe fundamento teológico para interceder a favor dos mortos.

Para os católicos
 romanos a referência bíblica que fundamenta esta prática encontra-se em 2 Macabeus 12.44. Entretanto, nós protestantes, não reconhecemos a canonicidade deste livro e nem tampouco a legitimidade desta doutrina, uma vez que o Protestantismo não se submete às tradições católicas e sim as doutrinas das Sagradas Escrituras.

Segundo
 a interpretação protestante, a Bíblia nos diz que a salvação de uma pessoa depende única e exclusivamente da sua fé na graça salvadora que há em Cristo Jesus e que esta fé seja declarada durante sua vida na terra (Hebreus 7.24-27; Atos 4.12; 1 João 1.7-10) e que, após sua morte, a pessoa passa diretamente pelo juízo (Hebreus 9.27) e que vivos e mortos não podem comunicar-se de maneira alguma (Lucas 16.10-31).

Ora, do ponto
 de vista bíblico é inaceitável acreditar que os mortos estejam no purgatório ou no limbo aguardando uma segunda oportunidade para a salvação. Em hipótese alguma nós como cristãos devemos celebrar ou participar de culto aos mortos, antes pelo contrário, fomos e somos chamados a anunciar aos vivos a vida que somente podemos experimentar em Cristo Jesus.

Soli Deo gloria

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pare e pense

CATANDO CONCHAS

Rob Bell, numa excelente mensagem. Assista e medite. Será que não estamos mais preocupados em apenas "catar conchas"?
PENSE NISTO




quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pare e pense

OS AMIGOS DE JÓ: UMA DOR A MAIS
Zé Luís
 Muitos não sabem, mas dos livros da bíblia, o Livro de Jó é o mais antigo. Isso porque a mesma não foi distribuída de forma cronológica.
A história deste livro – chamado poético – acontece com um desafio satânico sobre a inerrância divina em suas escolhas. O escolhido para esta comprovação diabólica é o rico e feliz Jó, que em meio a seus vastos bens, bela família, projeção pública favorável, é abatido sistematicamente pela perda de tudo.
Sempre ouço pessoas se compararem a este personagem em momentos de tribulação, embora não conheça ninguém que o possa: quebra financeira, todos os filhos mortos, a podridão em seu estado de saúde, a solidão na incompreensão em seu casamento (a esposa ordena que abandone sua fé para um óbito mais rápido), o desprezo público, a incompreensão dos amigos e o pior: não merecermos o que obviamente lhe parecia um terrível castigo divino.
Como é difícil quando Deus silencia diante de nossas doloridas e chorosas indagações. A aparente indiferença diante da miséria humana, embora não canse de chamar cristãos para trabalhar neste auxílio. Nem percebemos que sempre nos escusamos diante da pesagem entre aquilo e nossa mediana vida.
Mas quem são os amigos de Jó, afinal?
Auto-entitulados esclarecidos, são os que esmiuçam a vida alheia procurando causas para dores tão agudas. Buscam convencer que a miséria é justificada por nosso atos, e que nos ordenam a engolir a dor, as lágrimas, a tristeza. Não querem se incomodar com gemidos e choros. Brincam com chavões e versículos fora de contexto para nos acusar de injustiças cometidas.
Os amigo de Jó quando veem um cego de nascença, buscam entender com Jesus onde está a causa, quando ela nem sempre existe nos pecados de um ou outro.
Narcisistas e invejosos, aproveitam o momento do caído para acusá-lo, detratá-lo, esquecendo que aquele mesmo Jó foi, um dia, conselheiro deles.
Fazendo coro com a  mulher, ficam na expectativa do fim do moribundo, para continuar suas vidas entre os eleitos que até o momento nada sofrem. Esquecem que a miséria pode estar a um segundo de distância. 
Não choram com os que choram: não querem ser associados com esse tipo de situação impopular e incômoda.
O que não sabem é que, por melhor que seja seu discurso e oratória, precisarão, diante do Deus que dizem defender, da intercessão do miserável que afligem, pois este sim é o que está agradando-O.
Os amigos de Jó somos nós, eu e você, cheios de escusas quanto a fazer isso ou aquilo pelo reino. Gente que Gandhi dizia ser o grande problema do cristianismo: “cristãos”. 
Gente que torna a dor de Jó muito maior, por não se importarem com ela, por mais piedosos que pareçam seus conselhos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pare e pense

CADA UM FAZIA O QUE PARECIA BEM AOS SEUS OLHOS

Dálton Curvello
“E teve este homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafins, e consagrou um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote. Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos. E havia um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá, que era levita, e peregrinava ali. E este homem partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer que achasse conveniente. Chegando ele, pois, à montanha de Efraim, até à casa de Mica, seguindo o seu caminho, Disse-lhe Mica: Donde vens? E ele lhe disse: Sou levita de Belém de Judá, e vou peregrinar onde quer que achar conveniente. Então lhe disse Mica: Fica comigo, e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez moedas de prata, e vestuário, e o sustento. E o levita entrou. E consentiu o levita em ficar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de seus filhos. E Mica consagrou o levita, e aquele moço lhe foi por sacerdote; e esteve em casa de Mica. Então disse Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem; porquanto tenho um levita por sacerdote.” (Juízes 17:5 a 13)
Naqueles dias, diz a Bíblia, cada um fazia o que PARECIA bem aos seus olhos, as pessoas, pela falta de conhecimento buscavam sua própria maneira de adorar, seus próprios métodos de buscar proteção divina. Num ambiente destes, não poderia faltar o personagem que, devido à sua origem e formação, estava a “peregrinar onde quer que achar conveniente”. E nada mais conveniente do que uma pessoa (ou um grupo de pessoas) dispostas a pagar para ter alguém desse tipo do lado, um assalariado seu para garantir que “Agora sei que o SENHOR me fará bem”.
Apesar de o cenário acima descrito ser de milhares de anos atrás, nota-se uma enorme semelhança com o que acontece nos dias de hoje. Vivemos numa época de deturpação dos valores, inclusive os valores cristãos. O sincretismo religioso atinge níveis alarmantes, nos deparamos com igrejas que professam-se como cristãs, mas que nada mais são do que um ajuntamento de “Micas”. Mica não era um homem mau, pelo contrário, pelo que depreende-se do texto, tratava-se de alguém que buscava, à sua maneira (da forma como pareia bem aos seus olhos), aproximar-se de Deus (ou até mesmo, de deuses...)
Quando falo de igrejas repletas de “Micas” nos dias atuais, não estou fazendo algum julgamento, porém, sabemos que pessoas boas podem perfeitamente andar por caminhos maus aos olhos de Deus, iludidas por seu desgraçado (desprovido de graça) coração humano. E estas pessoas acabam sucumbindo aos encantos do levita peregrino, em busca de sua própria conveniência. O resultado? Grupos de “Micas” prestando um culto morno e nojento ao Senhor, patrocinando com seus dízimos e ofertas a conveniência particular de seu líder iníquo travestido de sacerdote, numa relação em que aqueles que pagam (sócios contribuintes) sempre tem garantido uma bênçao especial. E neste “clube gospel” sempre há muita festa, confraternizações, o social restringe-se aos sócios-contribuintes. Obras sociais? Raríssimas, e quando ocorrem servem apenas de pano de fundo para estratégias de marketing para angariar mais contribuições e visando os obscuros interesses de seu líder.
Imagine uma igreja em que o cunhado do “pastor” bebe feito um gambá, todos sabem, mas ninguém se incomoda, pois ele faz parte dos “sócios contribuintes”, ou ainda filhos de diáconos que se perdem na noite, bebendo e farreando, com direito a fotos no Orkut e tudo mais, mas que no domingo estão lá, atuando como “ministros de louvor”, porque seus pais são “sócios contribuintes”. E você lá, na platéia, “fazendo de conta”que adora a Deus, sem se importar com questões assim irrelevantes, e ainda tem a cara-de-pau de pensar como Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem; porquanto tenho um levita por sacerdote. Aos que assim pensam, Deus diz: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”(Apocalipse 3:15 a 20)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pare e pense

A VERDADEIRA BATALHA ESPIRITUAL
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.  (Efésios 6:12)
“De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Romanos 8:12 a 16)
                Fala-se muito nos dias atuais em “batalha espiritual”. Existem igrejas que focam tanto no tema, que mais parecem adorar ao diabo do que servir a Deus.
                Eu creio na batalha espiritual de Efésios 6, mas creio que essa batalha deve ser conduzida nos moldes descritos pelo pastor John Piper na apresentação abaixo, que vi no blog  voltemosaoevangelho.blogspot.com. Assista à apresentação, medite a respeito. Creio que muitos de nós temos que rever conceitos, ou, parafraseando o nome do excelente blog em que se encontra postado originalmente o vídeo, devemos simplesmente VOLTAR AO EVANGELHO.                                                         PENSE NISTO  



segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Pare e pense

EXAMINANDO AS PISTAS CERTAS


Por Hermes C. Fernandes

A contagem regressiva já havia começado. Em algumas horas, Jesus seria entregue aos Seus algozes. Ainda assim, Ele desejou celebrar a última festa com Seus discípulos. Não era uma festa comum. Tratava-se da mais importante celebração do povo judeu: a Páscoa.

Já havia o propósito, só faltavam os preparativos. Jesus, então, envia Pedro e João com a missão de preparar-Lhe a Páscoa.

Imbuídos da missão, eles perguntam: "Onde queres que a preparemos?" (Lc.22:9).

Não basta o propósito certo, no momento certo. Importa saber o lugar certo. É Deus quem determina o lugar que servirá de cenário para a execução de Seu propósito.

Jesus poderia simplesmente dar-lhes um endereço. Seria mais conveniente. Mas Ele não costuma ser tão óbvio. Ele prefere nos dar pistas, para que encontremos por nós mesmos o lugar escolhido.

Veja a resposta que Jesus lhes dá:

"Quando entrardes na cidade, encontrareis um homem levando um cântaro de água. Segui-o até a casa em que ele entrar" (v.10).

Não tinha um sinal melhor do que um homem carregando um balde d'água? Que tal uma estrela no céu, como a que guiou os magos?

O problema é que somos viciados em coisas extraordinárias. Queremos o espetáculo, só pra ter o que contar mais tarde. Mas nem sempre os sinais enviados por Deus são espetaculares. É preferível um sinal ordinário que nos leve direto ao ponto, do que sinal extraordinário como a estrela de Belém, que antes de nos levar ao recém-nascido, faça uma breve escala no palácio de Herodes.

Provavelmente, aquele homem era um servo, um escravo, que havia saído em busca de água para o seu senhor.

Não parecia razoável ter que seguir alguém como ele. O que ele tinha para oferecer?

O Senhor das circunstâncias é aquele que promove conexões misteriosas. Ele é o arquiteto das contingências, que promove encontros inusitados.

Se quisermos encontrar o lugar certo, peçamos a Deus que faça com que as pessoas certas cruzem nossos caminhos. Não é o que elas possam oferecer que importa, e sim aonde elas podem nos levar.

Aparentemente, aquele escravo não tinha nada a oferecer para contribuir no preparo da festa para Jesus. Mas ele era a pessoa certa, que conduziria os discípulos ao lugar determinado.

Temos que cuidar para que não nos deixemos extraviar, seguindo às pessoas erradas. Nem podemos sair em busca de pessoas por aquilo que elas tenham a oferecer. Essas devem ser amadas pelo que são, e não pelo que possuem.

Muitos acham que podem pegar carona na fama de celebridades que se convertem, achando que isso poderia trazer algum benefício ao Evangelho. A causa do Reino jamais precisou disso. Geralmente, são pessoas anônimas e humildes que são usadas por Deus, para nos conduzir aos lugares certos.

Seguindo-o, os discípulos entraram na casa onde trabalhava. Jesus os orientou: "Dizei ao dono da casa: O Mestre manda perguntar-te: Onde está o aposento em que comerei a páscoa com os meus discípulos? Então ele vos mostrará um grande cenáculo mobiliado. Fazei aí os preparativos" (vv.11-12).

Somente famílias muito ricas e importantes da sociedade tinham um grande cômodo destinado às refeições. O cenáculo não era uma sala qualquer. Era como um salão de festa, todo mobiliado com uma grande mesa e muitas cadeiras. Sempre que havia uma festa, familiares vinham de várias partes para celebrar.

Talvez, quando Pedro e João viram o lugar, se espantaram com seu tamanho, e com o número exagerado de cadeiras. Afinal, aquela ceia seria para apenas treze pessoas, contando os discípulos e Jesus. Pra quê tanto espaço? E aquelas cadeiras que ficariam vazias?

Para aqueles discípulos responsáveis pelos preparativos da Páscoa, aquele lugar lhes serviria apenas como cenário para aquela festa. Mas Jesus tinha outros planos...

Cristo via para além do horizonte imediato. Aquele cenáculo Lhe seria útil mais de uma vez.

Em Atos, somos informados que tão logo Jesus ascendera ao céu, os discípulos "subiram ao cenáculo, onde permaneciam" (Atos 1:13). Ficamos sabendo que além dos apóstolos, também estavam lá as mulheres, Maria, mãe de Jesus, e seus irmãos. Ao todo, totalizavam quase 120 pessoas! (vv.14-15).

Enquanto Pedro e João preparavam a ceia de Páscoa, eles pensavam apenas nos doze (contando com Jesus, treze). Mas Jesus já pensava nos quase 120 que ali permaneceriam à espera da Promessa do Espírito Santo.

"Cumprindo-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados" (2:1-2).

Repare que Jesus havia dito que o cenáculo que eles encontrariam estaria todo mobiliado. Agora, somos informados que todos os quase 120 discípulos reunidos estavam devidamente aconchegados, sentados, quando o Espírito finalmente foi derramado.

Pedro e João se preocupavam com a Páscoa. Jesus já preparava o cenário para outra festa: Pentecoste.

Deus sempre foca o futuro. Ele nunca exagera na pitada. Sua provisão abarca necessidades que ainda surgirão.

E no cenário/cenáculo provido por Deus, há lugar para todos. Ninguém precisa tomar o lugar do outro. Ele garantiu que nos prepararia lugar, e de fato, preparou.

Para encontrarmos nosso lugar, sigamos a pista certa. Lembrando que nem sempre é óbvio, ou mesmo conveniente. Deixemos que Ele escolha os canais, aqueles que carregam cântaros de água, que nos levarão ao lugar certo.

domingo, 17 de outubro de 2010

Pare e pense

BUSINESS IS BUSINESS
por Zé Luís
No calor que gradativamente foi dominando todo o ambiente, Pedro foi apresentado a um assunto que nunca, nem antes da conversão, o interessara. Um grupo bem apessoado chegou, era gente ligada ao amado pastor, e trazia novas informações cruciais sobre o destino do mundo, coisas sobre o fim dos tempos estar acontecendo naquele momento, e como a vida estava próxima do fim.

Pedro era simples, não entendia as coisas, e aquela explanação toda, com áudio, vídeo, fotografias tão impactantes, com imagens de demônios, gente morrendo, caixões... tudo culpa de uma pessoa que poderia ser eleita...

Era isso então, política...” - interrompeu o crente, saindo do transe e olhando em volta, na escuridão da igreja, que naquele dia não teve culto: passaram o vídeo, com direito a apagar as luzes para ficar parecendo cinema (antigamente cinema era pecado, mas as coisas mudam). Todos ali, boquiabertos, assimilavam tudo com horror nos olhos.

Depois do culto – que não foi culto – Pedro percebeu que alguma coisa nele estava em ebulição, sentiu-se enganado por alguém, mas não entendia direito o que acontecia dentro dele. Seu pastor, homem de quem escolheu ouvir e aceitar coisas absolutas de Deus, estava agora aconselhando sobre coisas que nada tinha haver com isso, embora parecesse se esforçar para isso, como se disso dependesse seu futuro ministérial.

As eleições se foram, os candidatos endemoniados venceram mesmo assim, e nada aconteceu depois. Os tais conselheiros, com seus artefatos tecnológicos e ótima oratória, nunca mais apareceram na igreja,embora Pedro os tenha encontrado, um ano depois, em um prédio de luxo – fazia um serviço de manutenção lá. Ao perguntar sobre a tal Cruzada anti-candidato promovida naquele ano em prol do cristianismo, moral, bons costumes, eles sorriram, sem tentar demonstrar o quanto o assunto era desimportante. “Business is Business” podia-se ouvir na ironia do grupo de pessoas engravatadas, gente que detinha uma famosa rede de marketing e naquele momento, trabalhava em prol da legalização de uma lei, bombardeando os meios de comunicação com opiniões que as pessoas iriam concordar e aderir como sua, em breve. Desta vez, a lei beneficiava coisas que eles denunciavam na eleição como erradas.

Pedro, por mais simples que fosse, percebeu, embora parcial, no que foi envolvido e usado. Revoltado, desde então nunca mais pisou numa igreja, embora as irmãs de oração fossem orar por ele em sua casa, a pedido da esposa, desesperada com atitude desviada.
“Saiam daqui... não quero mais saber de igreja... não percam seu tempo”
Pedro foi radical até o dia em que morreu, fingindo não acreditar em Deus, por conta dos homens que fingiam ser Dele. Morreu antes do cinquenta, cirrose. Voltou a fumar e beber, e era comum ve-lo durante as bebedeiras entoar corinhos da harpa, e chorar, gritando: “Me ajuda, Jesus...”

Dizem que no dia do Juízo foi uma confusão; o tal pastor tentava explicar, já no inferno, o porquê de suas decisões e de como eram necessárias, enquanto o bebum ateu era estranhamente aceito como cidadão do céu... mas isso pode ser apenas lenda....
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