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“Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia; porque tu ouviste, naquele dia, que estavam ali os anaquins, bem como cidades grandes e fortificadas. Porventura o Senhor será comigo para os expulsar, como ele disse.”(Josué 14:12)

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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pare e pense

OS AMIGOS DE JÓ: UMA DOR A MAIS
Zé Luís
 Muitos não sabem, mas dos livros da bíblia, o Livro de Jó é o mais antigo. Isso porque a mesma não foi distribuída de forma cronológica.
A história deste livro – chamado poético – acontece com um desafio satânico sobre a inerrância divina em suas escolhas. O escolhido para esta comprovação diabólica é o rico e feliz Jó, que em meio a seus vastos bens, bela família, projeção pública favorável, é abatido sistematicamente pela perda de tudo.
Sempre ouço pessoas se compararem a este personagem em momentos de tribulação, embora não conheça ninguém que o possa: quebra financeira, todos os filhos mortos, a podridão em seu estado de saúde, a solidão na incompreensão em seu casamento (a esposa ordena que abandone sua fé para um óbito mais rápido), o desprezo público, a incompreensão dos amigos e o pior: não merecermos o que obviamente lhe parecia um terrível castigo divino.
Como é difícil quando Deus silencia diante de nossas doloridas e chorosas indagações. A aparente indiferença diante da miséria humana, embora não canse de chamar cristãos para trabalhar neste auxílio. Nem percebemos que sempre nos escusamos diante da pesagem entre aquilo e nossa mediana vida.
Mas quem são os amigos de Jó, afinal?
Auto-entitulados esclarecidos, são os que esmiuçam a vida alheia procurando causas para dores tão agudas. Buscam convencer que a miséria é justificada por nosso atos, e que nos ordenam a engolir a dor, as lágrimas, a tristeza. Não querem se incomodar com gemidos e choros. Brincam com chavões e versículos fora de contexto para nos acusar de injustiças cometidas.
Os amigo de Jó quando veem um cego de nascença, buscam entender com Jesus onde está a causa, quando ela nem sempre existe nos pecados de um ou outro.
Narcisistas e invejosos, aproveitam o momento do caído para acusá-lo, detratá-lo, esquecendo que aquele mesmo Jó foi, um dia, conselheiro deles.
Fazendo coro com a  mulher, ficam na expectativa do fim do moribundo, para continuar suas vidas entre os eleitos que até o momento nada sofrem. Esquecem que a miséria pode estar a um segundo de distância. 
Não choram com os que choram: não querem ser associados com esse tipo de situação impopular e incômoda.
O que não sabem é que, por melhor que seja seu discurso e oratória, precisarão, diante do Deus que dizem defender, da intercessão do miserável que afligem, pois este sim é o que está agradando-O.
Os amigos de Jó somos nós, eu e você, cheios de escusas quanto a fazer isso ou aquilo pelo reino. Gente que Gandhi dizia ser o grande problema do cristianismo: “cristãos”. 
Gente que torna a dor de Jó muito maior, por não se importarem com ela, por mais piedosos que pareçam seus conselhos.

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