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“Agora, pois, dá-me este monte de que o Senhor falou naquele dia; porque tu ouviste, naquele dia, que estavam ali os anaquins, bem como cidades grandes e fortificadas. Porventura o Senhor será comigo para os expulsar, como ele disse.”(Josué 14:12)

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domingo, 6 de março de 2011

A INDÚSTRIA DO CARNAVAL E SEU LADO DEVASSA

Hoje, 
domingo de “carnaval”publico uma meditação do Alan Brizotti, que saiu ontem no Genizah. Fala a respeito desse sentimetno que toma conta do Brasil nesses quatro dias (Em algumas cidades, vai uma semana...) Confira abaixo:




A INDÚSTRIA DO CARNAVAL E SEU LADO DEVASSA




Alan Brizotti


Não é de hoje que já não existem festas legítimas: tudo é pretexto para o lucro!

O Carnaval não é cultura, não é diversão, nem brincadeira. É lucro, mercado, faturamento. Somente os muito iludidos ainda acreditam na fantasia (palavrinha constante nessa época), na "alegria" e no divertimento. O restante mais lúcido do mundo sabe que a palavra de ordem não é "alegria", mas prazer.

Rubem Alves faz uma distinção perfeita entre prazer e alegria:

"Prazer é a experiência do orgasmo puro. Pode ser produzido até por masturbação. Alegria é o que sente o amante na simples memória do rosto da pessoa amada. O orgasmo, como todas as experiências de prazer, uma vez acontecido, esgota-se. Não se deseja mais. Prazer é descarga. A alegria, ao contrário, não se cansa. A alegria, pela simples memória do rosto da pessoa amada, continua suavemente. A alegria é a experiência de união com o objeto amado. O prazer tem a ver com o corpo, e só. A alegria, ao contrário, é uma experiência de amor: o corpo em harmonia com o mundo".

Por isso acredito muito no que disse A W Tozer: "Há mais restauradora alegria em cinco minutos de adoração do que em cinco noites de folia".

O Carnaval é o perfeito retrato do capitalismo selvagem, tão odiado pelas "esquerdas" do mundo: de um lado os "foliões" e sua in$anidade desvairada, do outro, os figurões da grana, a indústria, o mercado, Mamom e seus sacerdotes, fazendo de tudo para tontear as cabeças a fim de esvaziarem os bolsos.

Até a Sandy virou garota-propaganda de uma cerveja chamada "Devassa", numa jogada de marketing que retrata perfeitamente os intentos da indústria do Carnaval: por dinheiro, qualquer um devassa. De tanto "pular" no Carnaval, os cérebros escorrem junto com o suor das avenidas.

Na Bahia é Carnaval o ano inteiro (inclusive com o tal "caranaval fora de época"). No eixo Rio-São Paulo é a paradoxal "escola de samba", que deveria se chamar escola-onde-seu-dinheiro-samba. Nos outros Estados, longe do olhar voluptoso das grandes agências do marketing e sua divisão de Brasis (o rico no sul e sudeste, e o resto pobre), fica um filhote híbrido de "cultura" local com a multidão perdida entre os que sobem e descem as ladeiras da inutilidade.

Não preciso nem dizer que o "mundo evangélico" (expressão extremamente correta: mundo mesmo!) sonhando com a grana arrecadada no Carnaval, tenta emplacar nos nossos quintais um "carnaval de Jesus", com escolas de samba imbecilizadas ou blocos carnavalescos carentes de senso, lugar e lógica. Ninguém merece!

A quarta-feira só é de cinzas para quem matou o salário na avenida, porque para os barões da mídia e do mercado, é um dia glorioso, onde mais uma vez, a trindade substituta funcionou perfeitamente: dinheiro, poder e sexo. O resultado dessa mistura é sempre o mesmo: o ano, agora, vai começar.

E ainda tem gente cantando: "não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar..." Enquanto houver dinheiro nos bolsos, o samba não morre, quem morre é o sambista.

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